Quase 12 milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil, mostra pesquisa

Ao optar por morar sozinho, há discussão de questões voltadas para a economia. Mas é só isso que muda?

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Foto: Freepik

O número de brasileiros que vivem sozinhos atingiu a marca de quase 12 milhões, de acordo com dados recentes divulgados pelo IBGE. Essa realidade demonstrou crescimento ao longo das últimas décadas, impulsionado por fatores como mudanças demográficas, econômicas e culturais. 

O aumento de estabelecimentos com apenas um morador, que representam cerca de 15% do total de residências no país, reflete uma transformação importante no perfil social brasileiro, que traz novas implicações para a economia, o mercado imobiliário e as políticas públicas.

Um fenômeno em expansão

Nos últimos anos, o Brasil passou por diversas mudanças que influenciaram diretamente o modo de vida de sua população. A redução da taxa de natalidade, o aumento da longevidade, as transformações no mercado de trabalho e a busca por maior independência e liberdade pessoal têm contribuído para a expansão do número de pessoas que optam por viver sozinhas. 

A pesquisa revela que esse crescimento não está restrito a uma única faixa etária ou classe social, embora alguns grupos sejam mais representativos nessa tendência.

Entre os jovens adultos, principalmente aqueles entre 25 e 35 anos, a decisão de morar sozinho pode ser explicada pela maior valorização da autonomia e pela busca por experiências pessoais antes de constituir uma família. Muitos jovens brasileiros têm adiado o casamento e a formação de famílias, seja por motivos profissionais ou pelo desejo de alcançar estabilidade financeira e pessoal antes de assumir compromissos duradouros.

Por outro lado, o envelhecimento da população também tem contribuído significativamente para isso. A expectativa de vida no Brasil cresceu nas últimas décadas, e muitos idosos, após a morte do cônjuge ou separações, preferem continuar em suas próprias casas, mantendo sua independência. Além disso, a proporção de idosos que moram sozinhos têm crescido de forma expressiva, especialmente nas regiões mais urbanizadas do país.

Impactos econômicos e sociais

Essas mudanças afetam principalmente o mercado imobiliário, já que há uma demanda crescente por imóveis menores, como apartamentos de um quarto ou quitinetes e, por isso, os preços estão se elevando cada vez mais. Pensando nisso, imobiliárias oferecem suporte financeiro na hora do financiamento, seja aumentando o número de parcelas ou cupons de desconto, como o cupom de Desconto Moveis Linhares.

Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que possuem uma maior concentração de pessoas vivendo sozinhas, têm observado uma expansão nesse tipo de empreendimento imobiliário, visando atender a esse público.

Além disso, o consumo de bens e serviços também sofre alterações. Pessoas que moram sozinhas tendem a gastar mais em serviços como delivery de alimentos, assinaturas de plataformas de streaming e conveniências que facilitam o cotidiano, como lavanderias e aplicativos de transporte. 

A demanda por produtos voltados para o lazer e o entretenimento individual também tem aumentado. De acordo com especialistas, esse perfil de consumo gera oportunidades para empresas adaptarem seus produtos e estratégias de marketing a esse público específico.

No entanto, morar sozinho pode trazer desafios, especialmente para os mais idosos. O isolamento social é uma das principais preocupações quando se fala em domicílios unipessoais. A solidão pode afetar a saúde mental e física, sobretudo entre aqueles que não têm uma rede de apoio próxima, como familiares ou amigos. 

Dados apontam que idosos que vivem sozinhos têm maior risco de desenvolver doenças como depressão e demência. Assim, surge a necessidade de políticas públicas que garantam a qualidade de vida desse grupo, como o fortalecimento de serviços de saúde mental, programas de convivência comunitária e assistência domiciliar.

A geografia da solidão

As regiões Sul e Sudeste concentram o maior número de pessoas que vivem sozinhas, especialmente nas grandes capitais. Em São Paulo, por exemplo, o número de lares com apenas uma pessoa tem crescido de forma acelerada. O fenômeno é mais comum nas áreas urbanas, onde as pessoas têm acesso a uma maior oferta de serviços e infra estruturas que facilitam a vida independente.

Nas regiões Norte e Nordeste, o padrão é diferente. Nessas áreas, a convivência familiar ainda é muito valorizada, e a maioria dos lares é composta por mais de uma pessoa. Entretanto, mesmo nessas regiões, o número de domicílios unipessoais tem crescido, embora em um ritmo mais lento.

Perspectivas para o futuro

O crescimento do número de pessoas morando sozinhas é um fenômeno que deve continuar nos próximos anos, acompanhando as tendências demográficas e culturais do país. A redução do tamanho médio das famílias, o envelhecimento populacional e as mudanças nos padrões de casamento e convivência indicam que a proporção de domicílios unipessoais deve aumentar ainda mais nas próximas décadas.